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A companhia na solidão


Em minha solidão

Tenho ficado tanto comigo,

Que ando totalmente aterrorizado

Com aquilo que sou

E jamais pensei ter sido.

Carrego comigo outro que desconheço,

Um intruso, um estranho.

O espelho, o maldito espelho,

Sempre que passo por ele

Mostra-me esse outro EU retorcido.

Não bastasse a navalha do silêncio

Que fatia em finas camadas a alma,

Para marcar o tempo,

Tenho de conviver com outro EU,

Sem jeito, acanhado

E a contragosto…

 
 
 

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