top of page
Buscar

A criança que há em mim e o adulto que sou


Minha vida, meu mundo

Na verdade divide-se em dois:

O da criança exilada

Que vez por outra tenta vir à superfície respirar

E o mundo do adulto que me tornei,

O adulto que pensa e faz da razão o próprio tormento.

Os dois disputam o domínio de meus olhos

E a forma de como ver o mundo,

Enquanto a criança se extasia com um pôr do sol,

Com a beleza de uma flor à beira de uma estrada,

Como se os mistérios que revestem

Seus encantos, suas belezas

A levassem para dentro

De algo maior que o próprio homem,

O adulto tomado pela necessidade irracional

De ser algo ou de provar ser alguma coisa,

Simplesmente ofusca este encanto,

Esta comunhão com o desconhecido

E como faz com a própria vida,

Renega e adia estes momentos mágicos

Arrancando apressadamente a flor da terra,

Ignorando que ela vá murchar e morrer

E aprisiona o pôr do sol em uma fotografia

Que não mais irá ver…

Enquanto a criança sedenta pelo êxtase

Da contemplação do mistério

Põe-se novamente em exílio

Nas profundidades da alma a entristecer…

 
 
 

Comments

Rated 0 out of 5 stars.
No ratings yet

Add a rating
bottom of page