ANJOS E DEMÔNIOS

Os tempos mudaram!

Não, não...

O tempo não muda,

O tempo se repete,

O tempo se adapta as circunstancias.

Antigamente disputávamos territórios

Pela voz do tacape, do porrete,

Hoje pelo domínio de mentes,

Pela violência de atitudes

E palavras silentes.

Ah, mas o homem evoluiu!

Não, não...

Esse monstrinho

De andar ereto

Continua o mesmo de outrora,

Agora não age mais na luz do dia,

Mas nas sombras,

Pois descobriu que a aparente santidade

Existe onde não há testemunhas.

No entanto, a santidade

É inexpugnável, visto que, cada ser humano

Possui seus secretos delitos.

Metade anjo,

Metade demônio,

Assim prossegue o homem

Com um pé ancorado

No céu

E o outro

Ancorado no inferno.