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Ao deus cristão





Daqui desta esfera microscópica,


Entre as microscópicas centelhas universais


Sinto cheiro acre e a lascívia de teu despotismo.


Entre as estrelas Contemplo teus olhos marejados de sangue,


De ira, de vingança E sanção impiedosa e inclemente


A teus filhos imperfeitos, Rebentos de tua imperfeição.


Como amar-te? Se preferes que te temas!


Amar e temer São como água e óleo…


Onde há amor, Senhor deprimente


Não há espaço Para o medo e a temeridade,


Onde há temor, Não existe espaço


Para o amor Embalado pela liberdade Por isso prefiro amar O deus que há em mim O meu deus EU, Que vai além do meu peito de carne O meu próprio deus que desconheço Pois que ainda não conheço-me Mas que me dá a certeza De ser EU uma divindade Que é soberano Somente no universo De meu próprio EU Pois que o resto É pura invenção É tudo bobagem…

 
 
 

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