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Avesso…




Sou aquele ser adaptável

Que aprendeu enxergar pelos ouvidos

Comer com os olhos

Falar pelo nariz

E ouvir pela boca.

Sou aquele ser cíclico

Que faz do fim o começo

E do começo o fim.

Sou aquele que passa pelo mundo

E não permite que o mundo passe por ele.

Sou aquele que faz do barulho o silêncio

E do silêncio o barulho

E de ambos a sua inquietação.

Sou aquele que está em todos

Porque todos estão nele.

Sou aquele que revira o avesso do avesso

A procura do motivo

De a verdade e de o amor verdadeiros

Não habitarem o homem…

Sou aquele ser teimoso que perambula em meio à madrugada

Enquanto a imensa maioria ainda dorme

Pois não consegue mais pregar os olhos.

Sou aquele louco

Que durante o dia com uma lanterna

Procura o que há de superior no homem…

Sou aquele viandante

Que tem fixado seu olhar

Na linha do horizonte…

 
 
 

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