Câncer, “O imperador dos males”
- Davi Roballo
- 12 de jan. de 2012
- 2 min de leitura
Câncer, “O imperador dos males”
Seria insanidade afirmar que o câncer é uma doença moderna, mas afirmar que a modernidade acelerou os processos que desencadeiam essa doença pode-se assegurar com plena lucidez. Devido aos maus hábitos, longevidade da vida e as conseqüências da produção agroindustrial se pode observar que essa doença atualmente está entre nós como se fosse uma gripe, tamanha sua banalização por ter se tornado uma normalidade. Há 50 anos o diagnóstico era quase que raro e causava entre pacientes e familiares, espanto, temor e terror, pois o recebiam como indicativo certo de morte.
Entre as razões de disseminação do câncer atualmente estão vários fatores. A vida nos últimos 50 anos ganhou longevidade devido a melhora de sua qualidade, além do mais, um organismo que envelhece fica cada vez mais vulnerável a qualquer mal, pois que suas células perdem aos poucos suas propriedades de defesa. A nossa exposição quase que direta a produtos cancerígenos, como conservantes e corantes, também é um fator a ser considerado.
Segundo o oncologista Siddhartha Mukherjee autor do Best seller “O imperador de todos os males”, a primeira descrição médica de câncer deu-se por volta de 2.500 a.C. pelo sacerdote egípcio Inhotep e que a primeira pessoa a definir a doença como hoje conhecemos foi Hipocrates. O médico grego definiu o câncer (carcinoma/carcinos) como um caranguejo enterrado sobre a pele, ou seja, as veias ao redor do tumor seriam como as patas do animal em volta da carapaça. Acredita Mukherjee que talvez Hipocrates estivesse diante de um câncer de mama.
Celsus, médico romano 8-50 a.C, foi o primeiro a referir-se aos tumores como “câncer” terminologia utilizada hoje para referir-se a tumores malignos. Galeano, outro médico romano que viveu há 130-200 d.C, foi o primeiro clinico a determinar o câncer como uma doença incurável dizendo que uma vez acometido dele não havia mais nada a fazer. Foi ele também que utilizou o termo “oncos” para referir-se ao câncer, por isso os especialistas na doença são atualmente denominados oncologistas. Galeano por mais 1000 anos foi referencia em relação ao câncer até o surgimento do renascimento que ocasionou o reaparecimento de cientistas e artistas.
Mukherjee diz que embora as pessoas acometidas pelo câncer estejam vivendo mais do que os aidéticos, atualmente não possuímos tecnologia suficientemente avançada para compreender e tratar a contento a doença. Segundo o médico indiano, a quimioterapia tem somente meio século de existência e o estudo sobre o gene causador do câncer ainda está na infância. Atualmente não se desenvolveu uma química que corresponda satisfatoriamente o tratamento sem danificar as células sadias.
Outro aspecto importante que o médico esclarece é o fato do câncer não ser uma doença, mas a manifestação de várias doenças e todas se diferenciando entre si. Por enquanto, segundo Mukherjee, as projeções futuras são procurar encontrar maneiras cada vez mais eficazes de prevenção, e se isso não for possível, o jeito será continuar a prolongar o máximo a vida dos pacientes tornando o câncer uma doença crônica, pois talvez estejamos ainda muito longe de encontrar a cura.
Câncer, “O imperador dos males”
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