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Da solidão e do solitário



É na solidão que se conhece a si mesmo,

Pois acesa a lamparina da consciência

A ilusão desmorona e ficamos frente a frente

Com os demônios e monstros que há dentro de nós

E é impossível mentir quando estamos a sós com essas feras.

Inegável são a reflexão e a reciclagem na solidão,

Porquanto por estarmos a sós não podemos nos omitir,

Nem adquirir o anonimato do meio da multidão;

O céu transforma-se em inferno e a confusão nasce,

Pois é na solidão que os ouvidos enxergam

E os olhos ouvem, enquanto a boca respira

E o nariz fala a voz inconfundível do silêncio.

Solidão também é companhia,

Companhia de nós mesmos,

O “eu” que muitas vezes abandonamos a esmo

Para viver nas asas e sombras alheias,

Enquanto nosso espírito se asfixia

Com tanta ilusão e mesquinharias.

Quem disse que companhia

Significa ausência de solidão?

A muitas maneiras de ser só!

Solitário em pensamentos,

Solidão intelectual,

Mas a pior solidão é a do poeta

Que acompanhado pelas estrelas

Embebido de noites prateadas

Não pode pegá-las… Davi Roballo_______

 
 
 

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