Da solidão e do solitário
- Davi Roballo
- 6 de jul. de 2009
- 1 min de leitura

É na solidão que se conhece a si mesmo,
Pois acesa a lamparina da consciência
A ilusão desmorona e ficamos frente a frente
Com os demônios e monstros que há dentro de nós
E é impossível mentir quando estamos a sós com essas feras.
Inegável são a reflexão e a reciclagem na solidão,
Porquanto por estarmos a sós não podemos nos omitir,
Nem adquirir o anonimato do meio da multidão;
O céu transforma-se em inferno e a confusão nasce,
Pois é na solidão que os ouvidos enxergam
E os olhos ouvem, enquanto a boca respira
E o nariz fala a voz inconfundível do silêncio.
Solidão também é companhia,
Companhia de nós mesmos,
O “eu” que muitas vezes abandonamos a esmo
Para viver nas asas e sombras alheias,
Enquanto nosso espírito se asfixia
Com tanta ilusão e mesquinharias.
Quem disse que companhia
Significa ausência de solidão?
A muitas maneiras de ser só!
Solitário em pensamentos,
Solidão intelectual,
Mas a pior solidão é a do poeta
Que acompanhado pelas estrelas
Embebido de noites prateadas
Não pode pegá-las… Davi Roballo_______
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