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Da vida e da morte



Viver com prazer, alegria e sem medos

É ter o horizonte que se descortina

Revelando paisagens proibidas

Cenários divinos e estonteantes

Feitos de canteiros de verdades.

Oh! Alegre dor em pensar.

Cego não enxerga, só tateia

Mudo não fala, só gesticula

Surdo não ouve, só entende sinais

O homem em relação à morte,

Surdo, mudo e cego jaz

Oh! Alegre dor em pensar.

Ilusão de continuidade

Ópio para fugir da realidade

Que tudo consome e destina fim

A Terra vai bem sem o homem

Que sem a Terra tem seu fim

Oh! Alegre dor em pensar.

A vida surge, seu destino um fim…

A morte nasce com a vida e cresce

A ampulheta começa esvaziar-se

Não há o que impeça sua sina

Aproxima-se então a sombra do nada.

Oh! Alegre dor em pensar.

Viver é fingir que somos imortais

Mas a cinza e os ossos são demais

Para nosso tormento ao ver no espelho

Abrir um sorriso, a sombra do nada

A dizer: nada podes levar, nada terás,

Nada serás, pois não existirás hahahaah

Oh! Alegre dor em pensar.

Viver é ter e desfrutar de prazer

É fazer do nada ao menos pegadas

Por onde passou, por onde andou…

É se fazer marca nas pessoas que amou

Pois enquanto estiverem no nada e tu já for

Ficarás com elas ao menos nas lembranças sem dor.

Oh! Alegre dor em pensar.

Da vida e da morte

 
 
 

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