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GRATIDÃO E MEDIOCRIDADE



Muitas vezes a mão que mais maltrata e se torna a mais pesada é aquela que foi a mais amada.


Todos desejamos, mas, não queremos ajuda. Essa contradição existe porque desde o nascimento trazemos para além da compreensão superficial a certeza de que aqui estamos para superarmos a nós mesmos ao caminhar com as próprias pernas.


Muitas mães, pais e benfeitores passam pela frustração da falta de reconhecimento por tudo aquilo que fizeram aos seus protegidos e amados.


Acontece que toda ajuda por mais sincera que seja, marca no profundo do inconsciente do assistido a mensagem da incapacidade, da incompetência e da fragilidade, ou seja, - precisei de pernas alheias para chegar aonde estou.


Toda essa constatação que ocorre nos meandros do psiquismo, vez por outra, emerge na superfície disfarçada em um mau humor em relação ao benfeitor, bem como, pode também ocorrer na vontade de controlar ou tomar de assalto a vida de quem possui a mão que amou e acariciou o protegido.


Nesse contexto todo, a gratidão e o reconhecimento untado de humildade surge apenas de pessoas iluminadas, espíritos evoluídos, que não se ofendem com a ajuda e muito menos se sentem diminuídos ante o benfeitor.


Aos espiritos limitados ainda resta a soberba em gabarem-se de terem trilhado muitos caminhos sem ajuda, no entanto, seus calçados sequer estão gastos, visto que, nos trechos mais perigosos e acidentados foram carregados e por terem visto a paisagem de um ponto mais alto vivem mergulhados na ilusão de que suas pernas cresceram.


A gratidão é a última virtude a ser alcançada por um ser humano, pois ela é a soma de todas as outras anteriores, por isso, o ser grato está bem mais perto de Deus.

 
 
 

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