HUMANA PRESUNÇÃO
- Davi Roballo
- 26 de jul. de 2021
- 1 min de leitura

Havia um homem louco,
Que entre suas excentricidades
Costumava vagar nu pelas ruas
Com apenas um ouroboro
Pendurado em seu pescoço
Se apresentando como neto de Diógenes
E filho de Zaratustra.
De posse de uma grande lupa,
Saía cedo de casa para esmiuçar o chão
E os cantos de paredes.
Quando lhe perguntavam:
O que procuras?
Ele respondia:
Procuro o Universo, pois ele
Se tornou tão pequeno ante
A presunção dos humanos.
Preciso encontrá-lo,
Pois, só ele sabe se foi Deus
Que criou o homem
Ou se foi o homem
Que criou Deus?
Preciso saber se o dragão desse círculo
Que carrego dependurado
Está engolindo o próprio rabo
Ou é o rabo que está engolindo
A próprio dragão?
Ah meus amigos,
Vejo espanto em vossos olhos
Que perguntam:
Quem é esse louco?
Bem meus caros,
Ante um espelho
Sou tudo,
Mas ante a imensidão do Universo
Nada sou...
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