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Incompreensão


O beija-flor que esvoaça pelo prado

A sugar o mel de flor em flor;

Dizem que tornou-se frívolo

Desde que por incompreensão

Perdeu um grande amor.

Apaixonou-se por uma maritaca

Que, o seu amor correspondeu.

Surgiu ali um grande sentimento

Entre duas diferentes espécies

Que ninguém compreendeu.

Era tanta felicidade

Que logo acharam defeito

Argumentando nos cantos:

Que, em diferença de idade

E de espécie não há lugar para o amor.

Assim diziam os mal amados

No despeito de serem escravos da dor.

Foi tanto desprezo e troça

Dispensados a maritaca

Que ela não suportou

Procurando um riacho

Em suas águas se afogou.

Desde então o colibri asceta

Voa de ponta a ponta o prado

Inebriando-se no néctar de flor

Pois, passou a viver alucinado

A procurar em vôos infindos

Vestígios de seu grande amor.

 
 
 

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