INDEFINI,CÕES
- Davi Roballo
- 1 de mai. de 2022
- 1 min de leitura
Atualizado: 4 de mai. de 2022

Velhas estradas,
Olhos cansados de horizontes,
Pés calejados,
Poeira multicores nos sapatos
E ainda fugimos de velhos medos
Sempre que a sombra da noite
Cai sobre nossos olhos.
Caminhos pisoteados por nossos ancestrais;
Repetidos passos que julgamos serem exclusivamente nossos,
Enquanto o vento sopra na mesma direção
Em que sempre soprou.
Um mar de dúvidas sob o lastro de um barco
Em que navegaram nossos pais e nosso avós.
Em cada onda um mistério e o medo
Em desaparecer para sempre na memória
Dos que ficam no porto à espera
Do próprio embarque.
O que somos?
Para onde vamos?
São ilhas de onde ninguém voltou,
As mesmas ilhas que procuramos
Na imensidão desse mar
Em que a vida flutua indiferente
Ao nosso desespero
Em ver ao longe lábios que se movem,
Na inexistência de vozes
Ante a indefinição
Em ser ou não ser o que somos.
Na verdade,
Por mais velhos que sejamos
Ainda somos analfabetos cósmicos
E jovens demais
Ante os mistérios.
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