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INDEFINI,CÕES

Atualizado: 4 de mai. de 2022



Velhas estradas,

Olhos cansados de horizontes,

Pés calejados,

Poeira multicores nos sapatos

E ainda fugimos de velhos medos

Sempre que a sombra da noite

Cai sobre nossos olhos.


Caminhos pisoteados por nossos ancestrais;

Repetidos passos que julgamos serem exclusivamente nossos,

Enquanto o vento sopra na mesma direção

Em que sempre soprou.


Um mar de dúvidas sob o lastro de um barco

Em que navegaram nossos pais e nosso avós.

Em cada onda um mistério e o medo

Em desaparecer para sempre na memória

Dos que ficam no porto à espera

Do próprio embarque.


O que somos?

Para onde vamos?

São ilhas de onde ninguém voltou,

As mesmas ilhas que procuramos

Na imensidão desse mar

Em que a vida flutua indiferente

Ao nosso desespero

Em ver ao longe lábios que se movem,

Na inexistência de vozes

Ante a indefinição

Em ser ou não ser o que somos.


Na verdade,

Por mais velhos que sejamos

Ainda somos analfabetos cósmicos

E jovens demais

Ante os mistérios.

 
 
 

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