Insensibilidade do tempo
- Davi Roballo
- 20 de abr. de 2016
- 1 min de leitura

O tempo é mosca varejeira
Que atormenta o homem
E o arrasta entre dois pontos opostos:
Entre a brevidade de o momento bom
E a demora no martírio e na dor.
Quanto maior a ferida
Maior o tempo para secá-la;
Quanto maior a alegria
Menor o tempo em desfrutá-la;
Quanto maior a saudade
Mais fundo o tempo
Crava suas afiadas garras
No peito que não se consola.
Indiferentes a crueldade do tempo
Estão sempre as pedras
Por isso, o tempo em retaliação
Só consegue desgastá-las.
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