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Inventário do tempo





Em frente… avante…


A única direção construtora do tempo.


Quanto ao passado


É só dispersão, do que foi


Do que se perdeu,


São rastros do próprio tempo


Que nem o sol, nem a chuva apagam.


Mesmo quando me recuso


Aceitar a sua altivez indiferente


O tempo prossegue avante


A ignorar-me, a desgastar-me


A pele, minhas forças,meu sopro de vida


Enquanto arrasta-me por sua senda…


Mas nem tudo são espinhos no tempo


Pois por ele fui criança e brinquei de ciranda


Brinquei na chuva e rebelei-me na puberdade


Por ele ter me tirado a fantasia


Substituindo pela noção


De inicio e fim de um dia…


E as responsabilidades


Que estrangularam a criança


Agora feito pássaro


Presa na lembrança.


Pudera ignorar o tempo


Mas não há como


Pois que ele está em mim


E eu nele.

 
 
 

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