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Jeca ingênuo



Chegou na cidade

Jeca ingênuo vindo do interior.

Ao entrar na casa do compadre.

Tudo bão! Cadê Jânio?Saiu!

Alcança ele se sair for.

Foi onde nesse sor quente?

Na casa do sinhô.

Num vai me acha tô aqui.

Falo da igreja logo à frente.

A modo di faze o que?

Di reza pra nois e a humanidade.

E como ocê sabe?

Simpres, pediu dinheiro pra leva.

E desde quando se paga pra ora;

Tá mangando di mi comadi?

Uai! O sinhô num sabe?

Num sei o que?

Cumpadi, se num paga o dismo,

Nois num entra nu céu.

Ué! Cumadi tem qui compra passagi é?

Não! É pra ajuda a obra di deus.

Nossa sinhora! deus tá pobre é?

É o pregador, que percisa de dinheiro,

Pra fala do home di Nazaré.

Hi cumadi, então vô morre pagão.

Ué Jeca! Num tem dinheiro?

Só tem pra cume.

Num sobra nem pra carça o pé;

Se der pra igreja, fico sem tostão;

Passando fome o ano inteiro.

Cumadi, sem dinheiro,

Já vi, que não posso se cristam.

O diacho! Vô te que vorta pra roça;

Sem chama os otro de irmão. 

 
 
 

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