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Mel e fel



Mel, que adoçou a vida;

Quando comecei a pensar.

Como pude acreditar

Em Leibniz, que dizia:

Que o mundo

Não poderia ser

Melhor, que está.

Fel agradável amargor

Fostes, meu tormento;

Com Nietzsche

Arrasando meus mitos

E reconstruindo

Meu pensamento.

Oh amor a sabedoria!

Quanto mel e fel;

Há neste teu amigo.

Ontem, servo fiel;

Hoje satírico menestrel.

Veja!

O que aconteceu comigo…

Abandonei o aprisco

De confinamento

E hoje perscruto o horizonte

Em busca de uma estrela

Perdida no firmamento.

Oh! Quanto mel e fel

Em meus pensamentos!

Clama meu eu;

Por saber, como alimento.

Revolução filosófica

Encheu-se

O coração;

Arquiteto da vida

Em contínua construção.

Voltaire deste-me a sátira

Como introdução

Sem par, meio e fim,

Para expulsar

O dorminhoco Cândido,

Que havia dentro de mim.

A Erasmo, agradeço

Por desvendar a loucura

Que me conduzia;

Tanto a noite;

Quanto em plena

Luz do dia.

Oh! Confinamento

Em curral circunscrito!

Não quero-te mais

Nem por um minuto.

Demasiado é o mundo

Diante de teu espaço diminuto.

Oh poça rasa!

Do parco pensamento.

Mergulhar em ti;

Não posso mais.

Adquiri fôlego;

Prefiro oceanos abissais.

Mel e fel acompanham-me

Pois, dão-me pujanças,

E é com eles nos mergulhos;

Que constituo minha temperança.

 
 
 

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