Mel e fel
- Davi Roballo
- 29 de mar. de 2013
- 1 min de leitura

Mel, que adoçou a vida;
Quando comecei a pensar.
Como pude acreditar
Em Leibniz, que dizia:
Que o mundo
Não poderia ser
Melhor, que está.
Fel agradável amargor
Fostes, meu tormento;
Com Nietzsche
Arrasando meus mitos
E reconstruindo
Meu pensamento.
Oh amor a sabedoria!
Quanto mel e fel;
Há neste teu amigo.
Ontem, servo fiel;
Hoje satírico menestrel.
Veja!
O que aconteceu comigo…
Abandonei o aprisco
De confinamento
E hoje perscruto o horizonte
Em busca de uma estrela
Perdida no firmamento.
Oh! Quanto mel e fel
Em meus pensamentos!
Clama meu eu;
Por saber, como alimento.
Revolução filosófica
Encheu-se
O coração;
Arquiteto da vida
Em contínua construção.
Voltaire deste-me a sátira
Como introdução
Sem par, meio e fim,
Para expulsar
O dorminhoco Cândido,
Que havia dentro de mim.
A Erasmo, agradeço
Por desvendar a loucura
Que me conduzia;
Tanto a noite;
Quanto em plena
Luz do dia.
Oh! Confinamento
Em curral circunscrito!
Não quero-te mais
Nem por um minuto.
Demasiado é o mundo
Diante de teu espaço diminuto.
Oh poça rasa!
Do parco pensamento.
Mergulhar em ti;
Não posso mais.
Adquiri fôlego;
Prefiro oceanos abissais.
Mel e fel acompanham-me
Pois, dão-me pujanças,
E é com eles nos mergulhos;
Que constituo minha temperança.
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