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Metades


Sentado à beira de um lago

Estendo meu olhar até o horizonte

E numa colina vejo um menino sorridente

Mergulhado em sua inocência,

Com um gesto de sua pequena mão

Chama-me, insiste para que eu prossiga

Por minha estrada feita de sonhos, ilusões,

Decepções e realizações…

Esse menino me é familiar,

Quando criança sempre o via

Cada vez que me olhava em um espelho.

Quando me aproximo dele

Ouço cochichar em meus ouvidos:

A vida é isso:

Um desistir e um persistir;

Um copo que entorna lágrimas

E outro que transborda alegrias;

Um sim e um não;

Uma escalada e uma descida;

Um sucesso e um fracasso;

Pois somos metade do que

Idealizamos ser e outra metade

Que simplesmente desconhecemos…

Somos seres incompletos

Que vivem na oscilação

Pois somos metade instinto,

Metade coração…

Somos um inicio e um fim

Desejando ser sempre

Apenas o meio do caminho,

No qual reside o comodismo

E a vontade de nada fazer

A espera da morte

Sentado sobre a covardia

De nada ter tentado…

Diz-me ainda o menino:

Avante! Criatura errante…

Há outra metade a desvendar,

E a vida é curta,

Não se pode desperdiçar

Este breve despertar…

 
 
 

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