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NOITE, SILÊNCIO E INSÔNIA


Nas noites em que a insônia

Senta-se na borda dos olhos do insone

Como uma governanta que a tudo controla,

Nada pode ele fazer, perde o comando

Do seu desejo de dormir.


Como isso pode acontecer,

Se muitos vivem a dormir

Mesmo quando acordados?

Visto que, nem sempre é preciso

Fechar os olhos para nada sentir,

Nada ver e não viver,

Apenas existir.


A insônia é o chicote que não permite

Aos olhos baixar as cortinas da realidade

Enquanto a noite se alimentando do silêncio

Tortura o ser insone que teima

Em seguir remoendo, ruminando - feito gado,

Tudo aquilo que já passou.


Na penumbra da noite

Caminha o insone

Como se estivesse em um castelo abandonado,

No qual, vez por outra um vulto

Surge rasgando as cortinas do silêncio.


O semblante cadavérico,

Olhos ornados por olheiras,

Assim surge o fantasma do insone

Nas manhãs dos dias que pareciam

Não vir.

 
 
 

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