NOITE, SILÊNCIO E INSÔNIA
- Davi Roballo
- 18 de ago. de 2021
- 1 min de leitura

Nas noites em que a insônia
Senta-se na borda dos olhos do insone
Como uma governanta que a tudo controla,
Nada pode ele fazer, perde o comando
Do seu desejo de dormir.
Como isso pode acontecer,
Se muitos vivem a dormir
Mesmo quando acordados?
Visto que, nem sempre é preciso
Fechar os olhos para nada sentir,
Nada ver e não viver,
Apenas existir.
A insônia é o chicote que não permite
Aos olhos baixar as cortinas da realidade
Enquanto a noite se alimentando do silêncio
Tortura o ser insone que teima
Em seguir remoendo, ruminando - feito gado,
Tudo aquilo que já passou.
Na penumbra da noite
Caminha o insone
Como se estivesse em um castelo abandonado,
No qual, vez por outra um vulto
Surge rasgando as cortinas do silêncio.
O semblante cadavérico,
Olhos ornados por olheiras,
Assim surge o fantasma do insone
Nas manhãs dos dias que pareciam
Não vir.
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