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Novas mídias, tecnologia e solidão

Novas mídias, tecnologia e solidão

A internet não é vício!! É apenas uma vontade imensa que controla minhas atitudes! Jâncyo Henrique

Nunca na história da civilização humana se teve tanta gente concentrada nos centros urbanos. Numa primeira impressão, isso parece trazer consigo aspectos de solidariedade, companhia e humanidade, mas não é isso que ocorre. Estamos rodeados de gente, no entanto, geralmente, cada um está reconditamente preocupado consigo mesmo, preocupado em satisfazer os desejos e necessidades despertadas pelo mercado de consumo, como também se movimentando para preencher as lacunas de suas vaidades. Diante a tudo isto, muitas vezes as pessoas acabam vivendo a sós, mesmo acompanhadas.

Estamos imersos no inicio de um século em que está se confundindo muito aglomeração de gente com comunidade, quando na verdade esses dois termos são totalmente diferentes. Isto é, a primeira é apenas o ajuntamento de pessoas sem um vínculo ou uma ideologia que as reúna, enquanto que a segunda é o oposto, é onde a solidariedade e a humanidade existem, pois todos os integrantes comungam dos mesmos objetivos e ideais. As cidades quanto maiores, mais sufocam nossa idéia de comunidade, pois vira aglomeração de gente, que aos poucos levados pelo frenesi da vida moderna vão cortando seus laços com os semelhantes, caminhando em direção ao abismo da solidão e ao calabouço do isolamento…

A artificialidade em que estamos nos sujeitando em relação a vida moderna, está nos direcionado aos braços da solidão. Podemos confirmar isso começando por nossos lares, onde devido a “falta de tempo” em relação aos nossos filhos, estamos substituindo um colo ou uma conversa por um brinquedo ou jogo eletrônico, construindo assim, os seres que futuramente usarão a comunicação apenas para falar o estritamente necessário com seus semelhantes. Se não tomarmos cuidado com o mau uso da tecnologia, futuramente teremos uma geração de pessoas lacônicas.

Hoje é muito comum observarmos que está aumentando o número de pessoas que preferem relacionarem-se com animais de estimação ao invés de seres humanos. Não percebemos, mas devido a velocidade exponencial das tecnologias e consequentemente de uma maior ocupação de nosso tempo, estamos nos tornando seres frios, seres que estão se tocando e conversando presencialmente cada vez menos. A tecnologia está nos consumindo como seres interativos e sociais. Não há como negar que ela nos aproxima virtualmente dos que estão espacialmente longe, mas, em contrapartida nos afasta dos que estão perto.

Não se trata aqui de menosprezar a tecnologia, haja vista que ela existe desde os primórdios da civilização. Acontece que historicamente viemos aperfeiçoando e controlando as inovações tecnológicas em conformidade com a nossa necessidade. No entanto, atualmente tudo indica que ela esteja nos controlando, está pautando nossa vida, isto é, não estamos conseguindo nos desvencilhar de um insignificante aparelho celular, a ponto de quase enlouquecermos se não o tivermos à mão. Já é notável que casais de namorados, amigos e parentes conversam mais pelo celular e “teclando” pela internet do que quando juntos.

Trata este texto de uma reflexão do que estamos fazendo com a tecnologia, ou seja, se estamos utilizando para facilitar nossa vida ou deixando que ela sufoque nossas relações e sociabilidade, iludindo-nos com uma falsa interação, fria sem calor humano, sem emoção e beleza que a comunicação presencial nos proporciona. Cabe ressaltar que independentemente da tecnologia a solidão sempre existiu, mas, o processo tecnológico nesses tempos modernos, assim como acelerou nossa gama de informações, acelerou também o processo de solidão, e não a solidão clássica, mas a solidão dissimulada em companhia virtual. Talvez, estejamos nos rendendo demasiadamente as tecnologias e novas mídias, porque nos permitem mentir. Permitem nos apresentar não como somos, mas, como nos idealizamos. PENSE NISSO.

Novas mídias, tecnologia e solidão

 
 
 

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