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O GUARDIÃO DO PORTÃO DA ALMA




Nas cidades antigas era comum existir os Guardiões dos Portões, pessoas que decidiam quem entrava e quem não entrava nas cidades guarnecidas, provendo assim, a sua segurança evitando assaltos e todo tipo de mazela que pudesse afetar a comunidade presente além muro.


O tempo passou e na era das Comunicações, especificamente na área do jornalismo as redações adotaram o gatekeeper, ou seja, o Guardião do Portão. Trata-se daquele sujeito que entre muitas notícias escolhe aquilo que vai ganhar as páginas de jornais e a tela das TVs. É o gatekeeper que filtra tudo o que tem relevância para a sociedade e para os leitores, bem como para os telespectadores.


Em nossa vida não poderia ser diferente, isto é, nós também somos o Guardião de nosso portão da alma e coração, visto que, queiramos ou não, o nosso corpo é como uma caixa forte fechado hermeticamente, pois, ninguém consegue saber o que exatamente nós estamos pensando, bem como não consegue ver os nossos segredos.


Se somos os guardiões de nosso mundo interno, logicamente cabe a nós decidir o que entra e o que sai, portanto, ninguém consegue nos provocar, nos aborrecer e nos entristecer se nós não quisermos.


Toda mágoa, tristeza, frustrações e aborrecimentos a que somos submetidos diariamente é algo que entra porque nós demos passagem livre pelos portões dos quais somos os guardiões.


A responsabilidade por nossa segurança e paz interior é exclusivamente nossa. Nós é que devemos nos manter atentos para aquilo que vai nos fazer bem ou vai nos fazer mal, porque no mundo em que vivemos é comum que as pessoas saturadas com próprio lixo psicológico procurarem alguém para se desfazerem dele.


Pelo fato de escancararmos nossos portões, principalmente para atender a determinadas provocações que mexam com nosso orgulho e vaidade, uma quantidade expressiva de sentimentos ruins e emoções negativas entram sem o devido filtro em nosso interior.


Imagine a cena em que Guardiões dos portões de uma cidade antiga ao se deixarem levar por provocações de duas ou três pessoas, abandonam seus pontos de vigia, enquanto um grupo maior entra na cidade desguarnecida causando prejuízos material e psicológico aos seus moradores. Assim somos nós quando abandonamos nossos portões para nos envolver em querelas insignificantes, enquanto tudo de ruim passa por nossos portões.


Somos responsáveis por tudo aquilo que entra e sai de nosso ser, pois, ninguém tem a capacidade de nos entristecer, de nos magoar se nós não quisermos. No entanto, para isso é preciso amadurecimento emocional e espiritual, ou seja, é essencial que cada um de nós conheça seus pontos fortes e suas fraquezas.


É preciso humildade para nos transformar investindo em nossos pontos fracos ao reconhecê-los, saneando-os evitando assim, que as coisas prejudiciais não cheguem até o nosso coração e nem perturbem nossa alma.


Para construir e obter a paz de espírito é preciso coragem para mudar a nós mesmos, nos vigiando, nos analisando e aceitando a necessidade de mudar comportamentos e atitudes. Com o tempo e munidos da conscientização de que somos os responsáveis por tudo o que ocorre em nosso mundo interior, passaremos a não mais aceitar determinadas provocações, porque mais atentos vamos perceber que elas são tão pequenas quanto as pessoas que as promovem.


Cabe ressaltar, que não há nada nada mais valioso do que a nossa paz de espírito, no entanto, essa mesma paz de espírito depende do que estamos deixando entrar em nosso mundo interno.


Cada um de nós pode sim, impedir que más energias tomem conta de nosso ser, visto que, somos os guardiões dos portões da nossa alma e do nosso coração.


Cabe ressaltar, para nos proteger não podemos esquecer que é imprescindível mudar e muito a nossa forma de ver o mundo e de como se relacionar com outro, como também perdoar, com a consciência de que todos nós estamos a todo o momento, sujeitos a erros, no entanto, não nos é facultado o direito de julgar as pessoas, mas defender e proteger nosso interior, visto que ele deve se transformar em um santuário, jamais um calvário.

 
 
 

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