O velho II
- Davi Roballo
- 29 de mar. de 2013
- 1 min de leitura

No píncaro dos dias
Um ancião conta sua trajetória
De vida em jovial ufania
Aonde se fez herói de sua historia
Contada pelos traços em sulcos
Desenhados nos rosto e na testa.
Andou errante pelos vales dos anos
Tentando laçar o tempo profano
Este cavaleiro rápido e incansável
Que troca de montaria a cada janeiro…
Deixando para trás o hoje
Que já foi o ontem
E o será amanhã…
O tempo andou, anda, não pára.
Enquanto que a lassidão
Aninhava-se em sua fisiologia
Anunciando que era vencido
Pela paciência amadurecida
Nos braços dos dias passados
E cada ruga na aurora nascida…
Há nesta odisséia um espírito sem idade
Galopando num corpo corrompido
Pela gravidade a envelhecer sem clemência
Pelos anos que o fazem perder a graça
Diante dos escravos da estética,
Cegos e ignaros de vivência.
Foi-se os encantos pelas ilusões da Terra.
Não há mais paixão cega acesa nesta alma,
Agora, sisudo mais pensa do que fala,
Pois a paciência resplandecente impera
Em seu seio que abandonou a quimera e
Olhando para o céu a liberdade espera…
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