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O velho II



No píncaro dos dias

Um ancião conta sua trajetória

De vida em jovial ufania

Aonde se fez herói de sua historia

Contada pelos traços em sulcos

Desenhados nos rosto e na testa.

Andou errante pelos vales dos anos

Tentando laçar o tempo profano

Este cavaleiro rápido e incansável

Que troca de montaria a cada janeiro…

Deixando para trás o hoje

Que já foi o ontem

E o será amanhã…

O tempo andou, anda, não pára.

Enquanto que a lassidão

Aninhava-se em sua fisiologia

Anunciando que era vencido

Pela paciência amadurecida

Nos braços dos dias passados

E cada ruga na aurora nascida…

Há nesta odisséia um espírito sem idade

Galopando num corpo corrompido

Pela gravidade a envelhecer sem clemência

Pelos anos que o fazem perder a graça

Diante dos escravos da estética,

Cegos e ignaros de vivência.

Foi-se os encantos pelas ilusões da Terra.

Não há mais paixão cega acesa nesta alma,

Agora, sisudo mais pensa do que fala,

Pois a paciência resplandecente impera

Em seu seio que abandonou a quimera e

Olhando para o céu a liberdade espera…

 
 
 

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