RAZÃO, INTELIGENCIA E IGNORÂNCIA
- Davi Roballo
- 18 de dez. de 2020
- 2 min de leitura
Há muita diferença entre razão, inteligência e ignorância.
A razão talvez seja a pior invenção do homem, visto que ela sempre se volta contra o criador, isto é, pensar é uma espécie de prisão, na qual somos chicoteados o tempo todo.
Ser racional é o nome que os donos do mundo deram a um bêbado, que eles mantêm embriagado para que não perceba a delícia e o prazer que há em ser ignorante, pois quem sabe, vive preso a conceitos e perde tempo medindo, enquanto o ignorante sem peias vai vivendo.
A inteligência por sua vez não tem na a ver com absorção e acúmulo de informações, mas com a forma de como o sujeito constituído reage diante das adversidades e situações da vida.
O ignorante é aquele que não possui informações acumuladas em demasia, talvez, inconscientemente saiba no profundo de seu ser, que isso não quer dizer nada em relação a interação da vida com a natureza em que está inserido.
Cabe ressaltar, que, queiramos ou não, o ignorante leva a vida com mais leveza e por aqui estende a existência por mais tempo.
Nesse contexto é muito mais comum percebermos entre nosso convívio muitos ignorantes inteligentes e muitos intelectuais com severas limitações.
O divisor dessas três fronteiras do intelecto humano é o ego, fator que causa certo desiquilíbrio na interação delas.
Saber jamais foi poder, isso é falácia, o poder manifestado no exterior do próprio ser é doença, enquanto que o verdadeiro poder é ter relativo domínio sobre si mesmo, isto é, não precisar se autoafirmar diante do mundo e do outro.
Sempre que elegemos a razão como guia de nossas vidas, caminhamos em direção a desumanização de nossas próprias escolhas e ações, principalmente as que dizem respeito ao outro. Isso ocorre porque o cérebro não ama, o cérebro é razão, ele é frio, ele pensa, por isso temos a tendência a resistir ao ato de raciocinar, pois quando deixamos nos envolver pela razão tornamo-nos mais frios e sisudos, prova disso são as universidades e suas auras sepulcrais, pois nelas existe apenas o exercício da razão em prol do acumulo de informações.
Existe um determinado preconceito em relação ao ignorante, porque ele se comporta como uma criança que se extasia com o novo e entra em um estado de completude com o desconhecido, sem deixar ser absorvida totalmente por ele.
Por outro lado, o ser humano quando envolvido pela razão deseja ser absorvido pelo desconhecido e passa acumular futilidades, pois é tiranizado pelo ego, que lhe projeta a um degrau que não existe, o que lhe causa a falta de espaço para a contemplação, para o êxtase.
Quando o homem perde o contato com a natureza, com simplicidade, com a ignorância e com a plenitude do viver, passa a agir como um tolo, um estúpido que inventou o conhecimento, possui informações acumuladas, mas no fundo não sabe para que serve, enquanto é consumido pela ilusão dos mesmos.
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