SEM PERIGOS NÃO HÁ VIDA
- Davi Roballo
- 15 de out. de 2021
- 1 min de leitura

Ando por aí e às vezes me confundo com minha própria sombra,
Talvez, penso eu, seja isso um ensaio do nada que sou sendo tudo.
Procuro -assim como todos que andam por essa aventura terrestre-, o tempo todo não ser pisado em vida, visto que, sei que um dia o pó que restar do que hoje anima meu corpo será pisoteado por gente e animais que ainda não chegaram.
Me destruo e me reconstruo tanto, que às vezes não estou em mim mesmo.
Ando aqui e ali desde há muito construindo moradas onde existe perigos, tanto que são inúmeras as casas que construí nos penhascos e outro sem número que construí na areia da praia, visto que sempre gostei do mar e das alturas.
A praia tem vida e está sempre se moldando, jamais é a mesma e nos penhascos o vento vive a desgastar as pedras, além do mais, o doce da vida está onde habita o perigo.
Eu amo as tempestades e as ressacas marinhas que tanto me destroem e me tornam ainda mais forte.
Não, eu não desejo construir no plano e na firme rocha, pois, viver seguro sem perigos é morrer por dentro.
A vida para valer a pena tem de passar pelo perigo e pelo fogo, tanto, que todos os tijolos que compõe os palácios do céu foram feitos no calor do inferno.
Há mais perigo nas palavras pátria, esperança, Deus e salvação do que mil espadas e mil lobos famintos à espreita de um único ser humano, por isso, viver é um constante perigo.
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