Sete bilhões
- Davi Roballo
- 21 de nov. de 2011
- 2 min de leitura
Sete bilhões
Há gente demais no mundo. Isso é uma verdade que nos sufoca a cada dia que passa, enquanto que o número de humanos cresce de forma exponencial. Há dois séculos e meio éramos apenas 450 milhões e hoje chegamos a sete bilhões.
Segundo especialistas nas condições em nos encontramos, já passamos do número tolerável há muito, o que exige imediatamente um planejamento na agricultura e outras formas de produção alimentar, bem como a produção industrial, de forma a não degradar o meio ambiente. Atualmente a Terra está operando em déficit para alimentar e proporcionar oxigênio puro aos filhos mais desnaturados que andam por sua superfície.
Somos de longe o espécime mais inteligente que habitou o planeta em toda sua história, mas ainda nos comportamos com uma determinada ingenuidade, digna de pena. Para tudo encontramos uma justificativa, embora muitas vezes contraditória, como os povos medievais ainda atribuímos as catástrofes naturais como algo de intervenção divina. Não queremos de forma alguma assumir nossa fragilidade e impotência diante da natureza indiferente que reage como sempre reagiu em sua constante transformação, no entanto, estamos acelerando esses processos naturais através de nossas atividades.
Sete bilhões de seres humanos vivendo guiados pelas necessidades inexistentes. Necessidades, essas, que deixam um rastro de destruição ao serem fabricadas. Rios poluídos, atmosfera comprometida, plantas e animais em extinção. Assim caminhamos em direção ao progresso, que enquanto damos dois passos, se afasta quatro, pois nunca o alcançaremos, ficando somente nossa ambição e paranóia de um dia alcançá-lo.
As crenças, principalmente a respeito do controle conceptivo também estão colaborando para o nosso colapso. Se os lideres religiosos usarem sua influencia juntamente aos fiéis para um planejamento familiar sério, como também para o desenvolvimento de uma conscientização ambiental, poderemos respirar aliviados no futuro. Mas para isso é preciso conscientização de que a vida humana está em perigo e que nossos descendentes herdarão nosso legado.
A nossa ambição, o culto alucinado pelo moderno, nessa insensatez em tentar preencher com a matéria o vazio psicológico e espiritual em que vivemos na atualidade está provocando nossa autodestruição. Estamos passando pela vida sem vivê-la. Parece que o ideal de vida platônica que nega a existência aqui agora, para valorizar a vida espiritual idealizada numa outra dimensão, nos cegou a ponto de esquecermos que dependemos da Terra para viver.
Sete bilhões de seres humanos não é motivo de comemoração, mas de lamento em relação a termos alcançado o nível de tecnologia que alcançamos e ainda haver inúmeros descontroles de natalidade e fome pelo mundo. Só há uma explicação: nosso egoísmo é quem determina e pauta o caos ambiental e a desigualdade social em que nos encontramos. E é esse mesmo egoísmo que está silenciosamente empurrando o espécime humano para a beira do abismo.
Sete bilhões
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