SOLIDÃO E SILÊNCIO
- Davi Roballo
- 13 de mar. de 2022
- 1 min de leitura

O silêncio e a solidão nasceram de um mesmo parto e costumam passear de mãos dadas pelas noites insones.
Já é noite e o silêncio faz a voz da alma emudecer em reverência ao céu estrelado, que se torna uma única e encantada canção.
Já é noite e na solidão se pode ouvir a canção do universo, a sinfonia pura e fina através dos acordes da alma nas cordas do próprio coração.
Mas basta o canto matinal dos pássaros pela manhã para quebrar o silêncio, a aurora para dissipar a escuridão e um espelho para encontrar tua outra parte e atenuar tua solidão.
Então é dia e todos os teus sonhos e tornam fugidios, criam asas e se perdem incinerados pelo sol, pois tudo se torna confuso e perdido entre a multidão.
Logo a noite cai sobre teus ombros e enquanto estrelas beijam tua fronte, teus sonhos reaparecem brotando do rastro que deixaram na noite anterior.
Já é noite e tudo recomeça porque não gostas do que acaba, mas de recomeços e de novas esperanças, além do mais, para quem vive de recomeços tudo é ponto de partida, tudo é estação.
Jamais queiras que tudo habite a permanência do eterno, visto que, até mesmo as flores murcham, seja em tua alegria ou em tua tristeza, o que te resta a cada amanhecer são lembranças, assim como o perfume das flores sobre tuas mãos.
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