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VIVIAMOS COMO DEUSES E NÃO SABÍAMOS




Indiscutivelmente os anos 60, 70 e 80, compõe as melhores décadas de toda a história da humanidade. Nem mesmo os Vikings, César ou Alexandre “O Grande”, viveram em suas conquistas as emoções que os sessentões, cinquentões e quarentões de hoje viveram nessa época mágica em que os avós, pais, tios e irmãos mais velhos eram vistos e tratados como divindades a quem devíamos mútuo respeito.


Havia uma mística ao pedir benção aos pais, ou seja, aquela sensação de estar protegido, de ser amado. Algo que nos parecia fundamental na vida, pois sem essa benção o mundo parecia mais vazio, algo parecia estar faltando, por isso antes de irmos para a escola pedíamos a benção, a mística de proteção pelo caminho, e ao chegarmos, para reforçar a certeza de sermos amados. Para dormir, a benção servia como segurança contra os pesadelos e ao acordar, para termos certeza de pertencermos à família.


Não há registro de uma época tão criativa na arte, no esporte e na cultura, tanto que as músicas de nossa geração atravessam anos sem se desgastarem e nem provocarem enjoos.


Em época alguma se viu tanta emoção em partidas de Futebol, Vôlei, Boxe e Fórmula 1. Os filmes estão entre os melhores já produzidos pelo homem, sem falar que os programas de televisão cativavam pela inocência, o humor sem apelação e sem palavrões, Chaves e Mazzaropi que o digam.


Estamos aos poucos deixando um rastro vazio no mundo, porque ninguém amou e ama tanto como nós amamos. Talvez, o amor foi a capa mágica que nos protegeu de tantos perigos, aos quais éramos expostos ao brincarmos até tarde da noite no meio da rua, sem falar das viagens que fazíamos livres e soltos no interior do carro de nossos pais, cabe ressaltar que braços engessados e dentes quebrados faziam parte da vida infantil. Creio que nós, os veteranos de hoje, vivíamos como deuses e não sabíamos.


Banhos de chuva em meio aos raios que não se atreviam a cair perto de nós, pontas de dedos descolados no futebol de pés descalços. Meninas brincando de casinhas cozinhando em pequenos fogões improvisados, brincadeiras de roda como a ciranda e bonecas de pano.


Ah, como aquela inocência vivida por nós faz falta ao mundo infantil de hoje, tão erotizado, adultizado e narcisista.


Sobrevivemos e aqui estamos testemunhando a destruição do legado de nossos pais e avós, que dia após dia está sendo esmagado pelo rolo compressor do progresso. Estamos indo embora e um dia daqui muitos anos alguém vai deduzir que nas décadas de 60, 70 e 80 o mundo foi habitado gente que vivia como os deuses e não sabia...


O objetivo da pessoa que não aprendeu amar é espalhar desamor, visto que, não suporta carregar sozinha a própria dor, pela qual, através do livre arbítrio optou.


Não percas tempo tentando entender as pessoas, pois, o que tu entenderes agora perderá validade no próximo minuto, somos apenas instantes que se sucedem.

 
 
 

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