A Verdade
- Davi Roballo
- 1 de jun. de 2013
- 1 min de leitura

A verdade é uma velha bruxa má
Não constrói nem alivia
Apenas destrói e amorfia…
Todos veementemente a defendem
Mas ninguém quer tê-la por perto
Em seus trajes fétidos e repugnantes.
Quem ousa desfilar com ela da forma que é,
Pelos salões, pelos palácios, pelas casas
Morre aos poucos no social e no afetivo
Comete um suicídio inconsciente
Pois que os convivas não toleram
Enxergarem-se nos andrajos
E nas úlceras podres da verdade.
Por isso a revestem de outras vestes
E a odorizam com bons perfumes
Assim se constroem as máscaras
E prolifera-se a hipocrisia…
A verdade assusta-nos
Porque revela-nos o que há de mais
Sórdido e inescrupuloso em nós.
A verdade dói, maltrata,
Jamais alivia, jamais arrebata…
Por isso escolhemos viver
No meio termo, de meias verdades,
Na corda bamba, buscando equilíbrio
Enquanto que a ilusão, a vaidade
E a hipocrisia o nosso peito invadem.
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