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O poeta que abandona o próprio rosto

Ao evitar escrever as inquietações

Da própria alma,

Fugindo de si mesmo nos versos,

Prefere escrever com os olhos alhures

Por ter medo de si mesmo.

Aquele que escreve constantemente

Na primeira pessoa a cunhar no papel

Eu, eu, eu, sim eu, e mais outra vez eu,

Disseca a si mesmo,

Pois é preciso desvendar a própria dor

Para assim entender a dor do outro…

Davi Roballo__________

 
 
 

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