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Sou…



Em mim habitam

Um velho,

Um jovem bobo

E uma criança

Que adormeceu.

Há outros

Com rostos desfigurados,

Pois sou tantos

Que me vejo na multidão

E a multidão

Está na minha carne

Em meus ossos

E se agita em meu sangue…

Mas há um destaque

No meio da turba

Que saltita

Em minhas entranhas,

Um equilibrista

A dizer que é

Meu verdadeiro eu,

Enquanto que o velho

Sentado sobre o que acumulou na vida

Golpeia lhe a cabeça

Com uma bengala

Aos berros:

Não há como ser tu

Por ti mesmo, besta!

Pois eles estão em ti

Porque tu estás neles,

Não acordaste para a vida,

És no fundo

O vilão que assusta a criança

Impedindo-a de sonhar,

Maltratas tanto sua inocência

Que ela se escondeu

E nas profundezas,

Simplesmente adormeceu…

 
 
 

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