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MEDO


Quando criança havia um monstro

Que me perseguia.

Algumas vezes ele surgia do tamanho de uma formiga,

Noutras vezes surgia maior que um elefante.

Um dia com coragem olhei olhos nos olhos o monstro

E senti em meu coração o meu próprio gosto

E percebi espelhada em minha alma a imagem de mim mesmo.

Medo! Sou o medo! Eu sou tu mesmo

Em completo descontrole e desespero.

Disse-me o monstro, que desaparecia aos poucos

Cada vez que eu olhava o interior de seus olhos.

Mesmo depois de descoberto, nas tempestades ele aparecia apontando seu dedo

Para as noites escuras que carrego, assim como carrega todo o ser humano.

Foi então que percebi que o temor habita

O interior do homem e não nos raios e nas negras nuvens.

Com o tempo entendi que por minha estrada ele sempre aparecia por dois atalhos:

O primeiro que conduzia as coisas que poderiam acontecer,

O outro estava ligado as coisas que poderiam não acontecer.

Assim fui conhecendo o meu próprio medo,

A sombra de mim mesmo sem rosto

E voltada totalmente para as coisas incertas do futuro.

 
 
 

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