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Tons

Atualizado: 17 de ago. de 2021



O tinteiro transborda. Que ondas!

Que caudaloso este rio de tinta;

Que imensidão de coisas que fui, sou e não aceito ser.

Que cores! Que tons!

Um mar de tintas surgindo das mãos.

O tinteiro entorna

Com o que vem do mais profundo

E longínquo de mim exilado na escuridão

Longe da luz do dia,

Partes de mim que ludibriaram

A grande muralha fugindo por suas frinchas

E emergem como metáforas e símbolos

Sugados pela pena encharcada

Que desenha no papel

Meu EU desalinhado nas linhas de livros

E na pintura do pincel.

Que imensidão de cores! Que tons!

Tenho logo de dar-lhe vazão

Não posso afogar-me

Neste rio de mim mesmo;

Mãos à pena, ao pincel,

Que as trevas sejam luz

E o inferno pedaços do céu.

 
 
 

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