A CHAMA INTERNA DO POTENCIAL
- Davi Roballo
- 2 de jul.
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A chama interna do potencial arde no âmago de cada sujeito, silenciosa e resistente, antes mesmo que o mundo perceba seu brilho. Aqueles que a história consagra como heróis ou santos, figuras que ultrapassaram as contingências da existência comum, não chegaram à honra, à generosidade ou à realização por acaso. O que os distingue é a crença fundamental, profunda, na capacidade que reside em si mesmos — uma crença que se tornou motor e bússola, criando espaço para a transformação na própria carne da experiência.
Não se trata de mera vaidade ou de uma confiança impensada, mas de um reconhecimento do potencial como força viva, dinâmica, ainda que oculta sob camadas de dúvidas e receios. É nesse ponto íntimo que germina a possibilidade do novo, da mudança e da criação. Mesmo quando o mundo externo permanece indiferente ou descrente, a ação verdadeira nasce desse ponto interior onde o sujeito se reconhece capaz — não porque recebeu a validação alheia, mas porque se deu a si mesmo essa condição.
Quando a dúvida invade, ela ergue barreiras que confinam o indivíduo a uma prisão invisível, cujas grades são forjadas por suas próprias renúncias e medos. A voz exterior, mesmo que encorajadora, dificilmente romperá essa prisão se a voz interna não se fortalecer. O poder de agir, de reescrever a própria trajetória, não é um dado imposto, mas uma conquista que exige coragem e compromisso consigo mesmo. O sujeito é o autor, o editor e o leitor de sua própria narrativa, e a responsabilidade por cada movimento recai integralmente sobre seus ombros.
Permitir-se acreditar é, assim, abrir uma fenda na rotina do possível, expandir os horizontes internos e dar espaço para que o potencial escondido se manifeste. O caminho antes opaco começa a desvelar suas possibilidades, e os desafios passam a ser degraus na escada do autoconhecimento e do crescimento. O erro deixa de ser o fim e se torna sinal, indicador da direção a seguir. Essa mudança de perspectiva só ocorre a partir de um movimento de interiorização, de coragem para encarar a própria sombra e renovar a esperança.
Não é sobre vencer o mundo, mas sobre não sucumbir à descrença que, muitas vezes, emerge das fissuras da alma. A fé no potencial próprio não é uma promessa mágica, mas uma atitude radical que demanda ação. A jornada, com todas as suas singularidades e riscos, inicia-se quando o sujeito decide sair da passividade e assumir o leme de sua existência, nutrindo o que há de melhor em si.
Assim, ecoa dentro do indivíduo o chamado para a ação, um convite para transformar sonhos em energia pulsante, para acender a chama que ilumina o próprio percurso. O que define a grandeza do ser não são apenas os feitos exteriores, mas a coragem fundamental de acreditar em si mesmo e de agir em consonância com essa crença, construindo, passo a passo, uma vida que seja testemunho da potência latente em cada um de nós.
Perfeito!