A chuva
- Davi Roballo
- 30 de jan. de 2008
- 1 min de leitura
A chuva, a cair na distância
Com cheiro de tempos remotos, Da história de minha infância; Mergulhada em picardias de garoto.
Cai lá fora, chuva esparsa ao longe, Umedecendo minha alma criança, Que mesmo adulto me traz a mente A saudade de tempos na lembrança.
A chuva que dentro traz, A poesia de seus pingos; A refrescar minha paz; Como se fosse domingo; Em aconchego e descanso; A meditar sobre a vida; Com suas correrias e remansos; Encontrados na avenida.
Seus pingos gotejantes a encharcar A terra que sedenta de água se faz; Cheiro de terra molhada sem par; Que aos meus pulmões apraz; Com gosto de nostalgia dos dias De menino que ficaram atrás Nas lembranças dos banhos de calha; Guerras irmanas de bolas de barro; Diversão inocente que muito valha; Limpa na água dos tonéis e jarros; Que caia das coberturas de telhas.
Banhos de chuva, barcos de papel Soltos na correnteza das valas; Seguidos pela molecada num escarcéu; Em disputa com muito grito e fala; Desciam as torrentes às embarcações; Como estivessem em mares bravios; Que pareciam naus nas imaginações; Dos moleques feitos capitães de navios.
Chuva em garoa fina ao entardecer; Umedecendo o passeio de mãos dadas; Momentos que são difíceis de esquecer; Por eternizarem-se nas almas apaixonadas; A caminharem por entre seus pingos esparçados, A chuva com gosto e refresco da nobre poesia; Que canta, amores, quimeras, flores, sol, estrela e lua; Como um bálsamo, que sensibiliza as almas com maestria.
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