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A jornada




A este mundo cheguei como minha bagagem repleta de vida pretérita.


Na bagagem de minha vida não há vestes, nem outros objetos, apenas aquilo que fui e deixei de ser, aquilo que sou a carrega pelas alças.


A jornada prossegue e as sepulturas se amontoam pelo meu rastro.


Nada fica flutuando a esmo no cosmo, até mesmo minhas fantasias e ilusões em algum momento irão repousar in sepulcro.


Uma flor que morre e logo outra ocupa o vazio de seu espaço, assim como meus sonhos com o amadurecer serão substituídos por outros.


Com o tempo aprendi que não há como beber da mesma água na mesma fonte, tudo está em movimento, inclusive a sede e a fome.


Aprendi também, que nessa jornada o atraso e a antecipação são apenas escolhas, portanto, há sempre quem prefira esperar que a chão se mova sob seus pés e nem mesmo rezas e choros lhes fazem mudar de ideia.


O que busco nessa jornada, às vezes, parece longe, noutras parece perto. Algumas vezes tudo é oásis, noutras deserto.


Assim, bagagem em mãos prossigo, visto que nessa jornada caminhar é inevitável, tanto que, mesmo parado avanço em direção ao desconhecido

 
 
 

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