A jornada
- Davi Roballo
- 17 de mar. de 2022
- 1 min de leitura

A este mundo cheguei como minha bagagem repleta de vida pretérita.
Na bagagem de minha vida não há vestes, nem outros objetos, apenas aquilo que fui e deixei de ser, aquilo que sou a carrega pelas alças.
A jornada prossegue e as sepulturas se amontoam pelo meu rastro.
Nada fica flutuando a esmo no cosmo, até mesmo minhas fantasias e ilusões em algum momento irão repousar in sepulcro.
Uma flor que morre e logo outra ocupa o vazio de seu espaço, assim como meus sonhos com o amadurecer serão substituídos por outros.
Com o tempo aprendi que não há como beber da mesma água na mesma fonte, tudo está em movimento, inclusive a sede e a fome.
Aprendi também, que nessa jornada o atraso e a antecipação são apenas escolhas, portanto, há sempre quem prefira esperar que a chão se mova sob seus pés e nem mesmo rezas e choros lhes fazem mudar de ideia.
O que busco nessa jornada, às vezes, parece longe, noutras parece perto. Algumas vezes tudo é oásis, noutras deserto.
Assim, bagagem em mãos prossigo, visto que nessa jornada caminhar é inevitável, tanto que, mesmo parado avanço em direção ao desconhecido
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