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A nova era escravocrata



Houve um tempo em que escravos tinham a liberdade tolhida por correntes e grilhões, não podiam manifestar a opinião através da voz, no entanto, possuíam a consciência de que estavam sendo escravizados.

Os antigos escravos não temiam a morte, até mesmo a desejavam, pois se sentiam vivos e conscientes de que era melhor morrer do que se tornar escravo.

Hoje os escravos modernos têm a liberdade sufocada por telas de tv e smartphone através de produtos meticulosamente preparados nas redações jornalísticas e assessorias políticas, mas juram que são livres, discutem convencidos de que as opiniões são genuinamente suas e que consomem em excesso em detrimento ao supérfluo por livre e espontânea vontade.

Para piorar, no apogeu da informação e da contrainformação, surge uma "epidemia" e com ela a máscara como um símbolo dessa nova Era escravocrata, um tempo em que não se escraviza mais o corpo, mas a consciência.

Os escravos modernos possuem o direito a voz, através da qual, anunciam aos quatro cantos que são livres e que ninguém os faz de títere ou besta, no entanto, por suas bocas ecoam opiniões de quem comanda o tabuleiro do jogo e a arena em que vivem.

Lutam contra a opressão, desde que ela não seja a opressão defendida por eles ou por seus ídolos ideológicos.

Esses cativos do espírito fazem parte de uma massa mesclada de adolescentes rebeldes em busca de uma identidade, de jovens acometidos pelo parasitismo filial e por velhos que dizem não terem envelhecido, na verdade, esses últimos têm razão, não há espaço para velhice e para maturidade onde impera a imbecilidade.

Esses cidadãos que juram pertencer a um novo tempo e a novos valores, podem ser encontrados lavando as mãos e o corpo em uma poça de água suja, na ilusão de que estão cada vez mais limpos.

Muitos deles temem a morte, sem saber que há muito já estão mortos, isto é, parafraseando Oscar Wild: não vivem, apenas existem.

 
 
 

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