Anormalidade
- Davi Roballo
- 14 de abr. de 2013
- 1 min de leitura

Estou condenado ao fim
No mundo dos normais.
Dizem que estou a padecer
De um mal generalizado,
Mal que tomou conta de
Todo o meu ser errante,
Oscilante, que caminha
Em direção a mim mesmo.
Dizem que há muita musica e melodia
Em meus ouvidos,
Dizem que a poesia
Substituiu o sangue
E que agora corre por
Minhas veias e capilares,
E que meu cérebro virou
Uma grande biblioteca
Onde os meus neurônios
Farfalham com autores
Que com letras e ideias
Desenharam-me.
Dizem que meus olhos estão inebriados
De pintura, cinema, de sol,
De verde e variedades
E que assim conseguem
Enxergar para além do horizonte.
Dizem que meu coração só quer
Bombear palavras,
Sons e melodias
Enquanto que meu estomago,
Quem diria!
Quer comer livros todo dia.
Dizem que padeço de anormalidade,
Que estou morrendo para o senso comum,
Que não há mais forças para concordar
Com tudo na passividade.
Realmente estou fraco, vou acabar
Fora da normalidade,
Mesmo assim, essa síndrome
Quer mais livros, musicas e
Cultura de qualidade,
Quer logo jogar-me
De vez na anormalidade
Para assim, fugir da imbecilidade
Transfigurada em normalidade.
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