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CICATRIZES, ALGOZES E O TEMPO




Mas é claro que as feridas cicatrizam, no entanto, fica a marca, o trauma na alma e na pele, que não nos deixa esquecer o sucedido.


Cicatrizes tangíveis ou invisíveis, com o tempo transformam-se em uma espécie de braile, que uma vez tocadas, visualizadas e sentidas rememoram instantes que não mais voltam, mas que ainda doem.


Quem viveu e aspirou a infância carrega cicatrizes dos tombos e das travessuras como prova de um tempo que cruzou e avançou pela eternidade, pois, momentâneos e passageiros somos nós, o tempo é senhor de si mesmo, por isso é eterno.


Quando adultos colecionamos mais cicatrizes na alma do que no corpo, visto que, ao contrário da criança que não mede, não compara e não ambiciona, nos transformamos em escravos da indústria cultural e de consumo em troca de status e afagos no ego.


Na vida adulta nossos machucados e ferimentos ocorrem não mais no espaço físico, mas no espaço psíquico e psicológico em que vivemos nos chocando em paredões de psiques alheias, bem como em inúmeros corações duros.


Inebriados pelo irreal, pelo status e pelo supérfluo movemos as engrenagens do mundo sem perceber que moralmente, eticamente e emocionalmente somos trucidados lentamente pelo rolo compressor daquilo que tipificamos como progresso.


O algoz de nossas dores, de nossas cicatrizes invisíveis, bem lá no fundo, somos nós mesmos, pois, muitas vezes são nossos próprios atos levados pela ambição e pelo orgulho que escarificam os meandros profundos de nossa alma, ou seja, somos a vítima e o próprio carrasco, no entanto, sem hombridade buscamos por todos os lados um bobe expiatório a quem possamos transferir a culpa, a qual, não possuímos coragem de assumir, já que somos escravos da opinião alheia.

 
 
 

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