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Cicerone


O poeta foi o primeiro

Espectro inquieto

Que riscou um palito de fósforo

Numa caverna tomada de escuridão

Acabou queimando os dedos

Ao acender um palito no outro

Pois se apaixonou pelo lume

E o usou para clarear o caminho

Que o levou para fora

Da caverna de Platão

E diante da luz do dia

Foi o primeiro a contemplar

Do universo a imensidão

E desde então entusiasmado

Grita, esperneia, escreve

Chamando seus irmãos

Mas poucos ouvem, poucos entendem

Muito poucos lhe dão atenção

 
 
 

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