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Dias tempestuosos


Perdi as contas

De quantas vezes secretamente

Senti vontade de sumir,

De parar, abreviar tudo…

Sempre acontece quando vejo

Que o vazio torna-se cada vez mais vazio,

Um viver sem sentido, um completo absurdo.

Em meus dias tempestuosos

Pergunto-me: Para que viver?

Por que e para quem escrevo?

Nessas horas entre um beijo da tristeza

E um abraço gélido da solidão

A fome aparece,

Então percebo que assim

Como alimento o corpo,

Também alimento a alma

Ao escrever para mim mesmo,

Por que no fundo

Desejo continuar vivendo…

 
 
 

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