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Do pai e do filho


Um amigo de longa data

Um dia precisou desabafar com um amigo

E então me procurou.

Eram nove horas da manhã

E o Sol ardia no espaço,

Enquanto estávamos sentados

Em um banco de concreto no Parque do Lago

Conversando sobre trivialidades da vida,

Até que ele chegou onde queria:

Por cerca de quarenta e cinco minutos

Ouvi meu amigo falar mal de seu pai,

No entanto, nesses minutos todos

Vi o próprio pai do amigo

Insultando a si mesmo

Diante de um espelho…

Pois, odiamos em nós mesmos

Aquilo que somos

E não queríamos ser,

Além do mais, a distância e o tempo

São impotentes,

Para tirar de nossa carne,

De nossa alma,

O que herdamos de nossos pais.

Alguns anos se passaram,

E o pai de meu amigo,

Na Terra deixou de existir

E em uma conversa

Esse amigo me confessou,

Que desde que o pai partiu

Não se sente em paz,

Pois parece que seu pai         

Ao morrer levou parte de si.

 
 
 

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