ETERNO
- Davi Roballo
- 6 de out. de 2021
- 1 min de leitura

A eternidade seduz,
Hipnotiza,
Enfeitiça
E irrompe o desejo
Em permanecer para sempre.
Doce ilusão que moveu, move
E sempre moverá
Aqueles tantos ditos heróis e santos,
Pois o que é a loucura e a santidade?
Se não um desejo de eternidade.
Aqui e ali,
Plantados nas praças e avenidas,
Bem como em santuários
Existem tantas estátuas e imagens
Proporcionais à loucura
Que envolveu pessoas destemidas
No profundo desejo de permanecerem
Mesmo depois de já terem partido.
Não é a coragem
Nem os supostos milagres
Que nos fazem admirá-los
E a venerá-los,
Mas, os grandes passos
Que dão em busca de eternidade
Passadas que os levam um pouco mais longe.
Mas o tempo indiferente a tudo
Vai corroendo o ferro, o mármore
E o bronze,
Até que um dia, até mesmo
A memória dos livros
E os relatos orais desaparecem.
Sobre o solo em que pisamos
Quantos homens, feras e animais
Anteriormente passaram?
Quantas civilizações com
Seus heróis, deuses e santos
O tempo apagou silenciosamente?
O tempo
Sem pedir licença simplesmente
Passa com seus pés de veludo
Levando tudo por diante,
Até mesmo a presunção do homem
Que deseja
Ser para sempre.
Eterno mesmo
É o tempo,
Visto que ele está em tudo,
E tudo está nele.
Comments