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ETERNO




A eternidade seduz,

Hipnotiza,

Enfeitiça

E irrompe o desejo

Em permanecer para sempre.


Doce ilusão que moveu, move

E sempre moverá

Aqueles tantos ditos heróis e santos,

Pois o que é a loucura e a santidade?

Se não um desejo de eternidade.


Aqui e ali,

Plantados nas praças e avenidas,

Bem como em santuários

Existem tantas estátuas e imagens

Proporcionais à loucura

Que envolveu pessoas destemidas

No profundo desejo de permanecerem

Mesmo depois de já terem partido.


Não é a coragem

Nem os supostos milagres

Que nos fazem admirá-los

E a venerá-los,

Mas, os grandes passos

Que dão em busca de eternidade

Passadas que os levam um pouco mais longe.


Mas o tempo indiferente a tudo

Vai corroendo o ferro, o mármore

E o bronze,

Até que um dia, até mesmo

A memória dos livros

E os relatos orais desaparecem.


Sobre o solo em que pisamos

Quantos homens, feras e animais

Anteriormente passaram?

Quantas civilizações com

Seus heróis, deuses e santos

O tempo apagou silenciosamente?


O tempo

Sem pedir licença simplesmente

Passa com seus pés de veludo

Levando tudo por diante,

Até mesmo a presunção do homem

Que deseja

Ser para sempre.


Eterno mesmo

É o tempo,

Visto que ele está em tudo,

E tudo está nele.

 
 
 

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