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Fisgado


Fisgado pela vida

Vou levando minha nau rio acima

Carregada de sonhos

E novas esperanças

Quero correr para os campos

Escalar montanhas

Rabiscar as estrelas no céu

Conhecer o lado escuro da lua

Mas estou fisgado

Fisgado pela vida

Preso numa linha tênue

Mas, resistente desde o anzol

A fisga traduzida nos costumes de meus pais

Na cultura de quem já foi e de quem ainda está.

Quero ser apenas eu

Mas meu pai e minha mãe estão em mim

Porque eu estou mergulhado neles

E eles nos meus avós e meus avós…

Que piada é essa tal de individualidade?

Se, sou parte de todos

Pois que todos estão em mim.

Que caldeirão é este

Que chamam humanidade?

Onde se diferem os rostos

Enquanto todos caminham

No mesmo compasso

Como gado ruminando

Sempre o mesmo pasto.

 
 
 

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