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HUMORES



Por meus caminhos,

Por meus atalhos,

Por meus rumos

E por minhas águas,

Às vezes corro feliz, realizado,

Noutras vezes,

Me afogo em minhas mágoas,

Em minhas letras tristes

E meus revezes.


Tão curto se torna o dia

Quando pintado nas telas da alegria

E tão longo

Quando a paisagem é triste e fria.


Há dias em que minha própria sombra atrevida

Ultrapassa meus passos,

Que movem meu corpo

E minha alma combalida.


Dois mundos,

Divisões nas quais firmam-se meus pés:

O abismo e as alturas.


A superfície,

Somente quando preso pela bula,

Pelo frasco e pela drágea,

Que me olham com o olhar

De cima para baixo

Como olha um senhor para seu escravo.

 
 
 

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