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Liberdade


Ave que voa

A planar

Em liberdade

Nos céus.

Invejo-te!

Ave sem hora

Veja!

Meu desalento.

Tão atarefado;

Escravo do tempo.

Ave!

Não há luxo

Em teu ninho.

E eu em sacrifício

Por arminho.

Ave livre

Vejo que não

Tens religião

E eu estigma

De pagão.

Ave, não te preocupas

Com o amanhã

E eu, passado, presente

E futuro; grudado

No calcanhar.

Oh ave!

Quanta vaidade

Em minhas plumas.

Voar não posso.

Peso demasiado

A favor

Da gravidade. 

 
 
 

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