O auto-engano do intelectual
- Davi Roballo
- 31 de jan. de 2014
- 1 min de leitura

A quem poderia ser atribuída a dádiva de tudo saber? Por incrível que pareça existe uma palavra que resume isso, ou seja, o intelectual. Tal é a presunção humana que em palavras doura a ignorância para que não mostre a estupidez e o absurdo que são rótulos como esse.
Todos sabem que é impossível se dominar a imensidão de assuntos relativos ao que percebemos do mundo e do universo até agora, até mesmo de um determinado assunto delimitado, seja qual for a área do conhecimento.
No entanto, os homens dos “saberes” se denominam como intelectuais e os demais como leigos, como se separassem homens que estejam na lama junto com os porcos em: criadores de porcos e os donos dos porcos, sem perceberem que ambos fedem e estão chafurdados na lama tanto, quanto os porcos.
Com a palavra Nietzsche,
“Em algum remoto rincão do universo cintilante que se derrama em um sem-número de sistemas solares, havia uma vez um astro, onde animais inteligentes inventaram o conhecimento. Foi o minuto mais soberbo e mais mentiroso da ‘história universal’: mas também foi somente um minuto. Passados poucos fôlegos da natureza congelou-se o astro, e os animais inteligentes tiveram de morrer. – Assim poderia alguém inventar uma fábula e nem por isso teria ilustrado suficientemente quão lamentável, quão fantasmagórico e fugaz, quão sem finalidade e gratuito fica o intelecto humano dentro da natureza.”
–NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra-Moral. (Org. e Trad. Fernando de Moraes Barros). São Paulo: Hedra, 2007.
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