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O VALOR DO DETALHE





Desde a tenra idade o ser humano é incentivado e de certa forma condicionado a perceber e a valorizar o aspecto macro da existência em todos seus sentidos. Por isso existe em cada ser uma predileção em buscar tudo aquilo que o torne grande, tudo aquilo que não escape dos sentidos do outro.


O homem sem um olhar apurado sobre si mesmo ao longo dos últimos séculos tem se tornado megalomaníaco, visto que, nunca está confortável nas plataformas do sucesso e dos sonhos que alcança, isto é, ele se torna cada vez mais insaciável.


Uma vez alcançado o topo de seus objetivos ele olha para trás e se convence que foi muito fácil, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, então lança seu olhar para frente e deseja ardentemente subir ainda mais para provar ao outro e a si mesmo que é maior do que aparenta ser.


Em nossa sociedade enquanto o homem consome ele é consumido pelo próprio consumo, que ao se tornar exacerbado fere a lei do equilíbrio e do supérfluo.


Na raiz de todas as mazelas e guerras que ocorreram na história da terra vamos encontrar como agente de desgraças um líder doente, alguém mergulhado em um complexo de inferioridade.


Todo aquele ser humano que detém poder, não o tem a respeito de si mesmo, pois ele busca se firmar e compensar na vida exterior o desiquilíbrio e a pequenez que carrega internamente.


A vida psíquica ocorre por detrás de véus invisíveis e contraditórios, isto é, tudo aquilo que aparece na superfície, em primeiro plano, na maioria das vezes é o inverso do que realmente encontra-se nas profundezas da mente.


A cultura do sucesso a todo custo e a vaidade desmedida se alimentam do aspecto macro da vida, no entanto, adoecem e fragilizam o ser humano sem que ele perceba. É preciso cair das alturas para se perceber que o equilíbrio e a santidade da vida ocorrem nos detalhes, o aspecto micro da paz e do conforto, ou seja, a simplicidade.


Se fôssemos educados a valorizar os detalhes e a simplicidade, não seríamos engolidos pela ambição do mundo.


A vacina para todo mal e toda ilusão que move o mundo está diante dos olhos de cada ser humano. A solução para a tão almejada transformação do mundo deve começar pelo próprio indivíduo e não pelo próprio mundo, pois o mundo é o aspecto macro e o indivíduo o micro, o detalhe no qual está a essência da vida.


É preciso, pois, a reversão do olhar exterior para o olhar interior, no qual se pode perceber que não somos aquilo que lutamos diariamente para manter na superfície como uma miragem sedutora aos olhos do outro.


O erro que a humanidade vem cometendo desde os primórdios é esperar que a solução e a cura de todos os males que afetam as sociedades venham do todo, quando na verdade, deve vir através de seus detalhes, isto é, do indivíduo, a parte micro, o detalhe do todo, um grão de areia em um imenso deserto, mas com o poder de transformá-lo.


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Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem a expressa autorização do autor. Caso deseje utilizar esta obra para outros fins, entre em contato com o escritor daviroballo@gmail.com

 
 
 

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