top of page

A VAIDADE DE UMA ÉPOCA PODRE

Atualizado: 13 de jul.


ree


Quem muito se pavoneia

Nesta vitrine de vaidades,

Não sustenta sequer

O peso da própria farsa —

Marionete dourada

Que dança ao som

De aplausos comprados.


E não aceita, o desgraçado,

A beleza nua e crua

De ser simplesmente

O que é:

Carne, osso, merda e sonho,

Sem dourados nem vernizes,

Sem poses para Instagram

Da alma vendida.


Ah, como me diverte

Esta comédia humana!

Vejo-os se contorcendo

Em seus ternos de mentira,

Sufocando a verdade

Com gravatas de seda

E sorrisos de plástico.


Preferem a máscara

Ao rosto,

O eco

À voz,

A sombra projetada

Ao corpo que a produz.


Patéticos bufões

De um circo sem graça,

Que não compreendem

Que a única elegância

É ser deselegantemente

Autêntico.


Que a única riqueza

É aceitar-se pobre

De pretensões

E rico de substância.


Mas não...

Eles continuam

Nesta dança macabra,

Ostentando cascas vazias

Enquanto o âmago

Apodrece em silêncio.

E eu, rebelde elegante,

Bebo meu uísque

E rio desta farsa,

Sabendo que a única revolução

É ser impiedosamente

Real.


Leônidas Fausto \ Poeta Rebelde e Heterônimo de Davi Roballo

 
 
 

Comentários

Avaliado com 0 de 5 estrelas.
Ainda sem avaliações

Adicione uma avaliação
bottom of page