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Pergaminho da alma


Meus passos um dia

Pensaram serem os de Fidípedes

De tão afoitos que eram,

Pisoteavam as flores

Por não perceberem onde pisavam.

Como ninguém consegue viver só correndo,

Agora meus passos só caminham

E quem agradece são meus olhos,

Meus ouvidos, meu faro

E minha boca,

Pois por onde ando

Tudo me invade,

Pois me dei de conta

Que sou parte do todo

E não apenas uma unidade.

Mais à frente já percebo

Lentos meus passos,

Pois terei atingido a velhice,

O pergaminho da alma,

No qual estão escritas

Minhas angústias, alegrias e medos

E em uma página especial

Em letras garrafais

A palavra: SAUDADE!

 
 
 

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