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QUEM SOU? E SE SOU, COMO SOU?

Atualizado: 20 de fev. de 2022


Às vezes não sei se existem os dias

Ou se os dias subsistem,

Pois raramente me sinto

Nesta escala de tempo

De minutos, segundos e horas

Que demarcam a rotação da Terra.


Será que existo ou subsisto?

Pois, quase sempre

Mesmo desperto encontro-me dormindo

E de sobressalto acordo do sono não adormecido

Entre os sussurros de meus segredos.


Temo ser apenas uma represa

De silêncios sufocados,



Temo mais ainda ser aquilo

Que jamais imaginei ser,

Na verdade, temo ser ninguém.


Daqui a pouco tudo acaba

E pouco fiz,

Pois, por mais que faça

Ante olhos alheios

Há sempre de ser pouco.


Não sou nada,

Tudo que fui deixei de ser,

Visto que, sou tudo

E nada sou,

Além do mais,

De tudo que tenho nada é meu,

Sou aquilo em que raramente estou.

 
 
 

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