Tributo a Zaratustra nietzschiano
- Davi Roballo
- 25 de jan. de 2008
- 2 min de leitura

Regurgitam dos mares meus; O que de mais precioso Tem no profundo abismo. Abismos de meus pensares Que não me tornam ocioso A buscar a essência do desconhecido.
Em alto mar, tormentas e tempestades. Feitas por minha própria vontade, Engolfando os barcos preamar Que se perderem sem rumo Em busca das ditas verdades, No abismo encontram-se fragmentos De mim mesmo nesta imensidade.
Quanta beleza e curiosidades imergem Do abismo, maravilhado exclamo: Oh ignorância bestial! Por quanto tempo considerei profundo O que falta muito para ser considerado Raso, prolixo, superficial…
Ideologias todas abandonei no largo, Quais desprovidas de razão emburrecem. Por longos dias as portei garbo Enquanto o espírito adoecia E convalescente, milagres E até sapo voar me apetecia…
Liberdade é planar no nirvana Sem a fobia do pecado, difamado Por mercadores da fraqueza humana Que a tornaram apreço de mercado Pois dinheiro e poder, são seus mais Elementares predicados…
Oh dor! Oh angustia em ceder à razão Rasgar como navalha minha alma Desacoplando de meu coração As concepções do atraso que esgana Para renascer a coerência, que no passado; Foi afogada no opúsculo pelo homem criado.
Mergulhando no abismo eu Por mais que me custa dor e angustia Nas profundezas da alma encontro A seta apontando para minha essência Imponente nas mãos Do Velho Zaratustra.
Então corro, fuga tento Para livrar-me da condição De macaco pelado e racional E ela acompanha-me a provar Que não sou resultante Do pecado original…
Velho Zaratustra! Cicerone e baluarte de minha busca Por liberdade e saúde mental Vejo-te no monte Everest zimbório A contemplar desprovido ostensório A massa humana, na inércia fatal…
A contempla arrebanhada Como ovelha ao abatedouro Onde o sangue verte… Suspiras indignado velho solitário Por ser ela em tom forte Artífice do próprio calvário…
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